quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A Rainbow Bridge ganhou uma princesa...


Há exatos dois meses e duas semanas. Eu perdia um filho, um amigo, um companheiro de vida, chamado Alfie. Doeu-me a alma, os ossos; o coração batia lento e cansado - triste mesmo. E a sua falta, que tenho certeza, nunca passará, ardia-me na pele, nas lágrimas, nas fotos que me botei a rever. Pedi respeito ao meu luto e recebi, mas muito além disso, recebi colo. Um colo que eu achava não abrandaria nada e que nem solicitado foi, mas que me deu alento pra não desistir de me abrir aos filhos-animais sempre por aí perdidos, carentes e abandonados em tão grande número, pra lembrar que outras dores iguais eram sentidas por pessoas especiais que perderam criaturas especiais, como o meu lindo e inesquecível Alfie. Deste episódio coisas mágicas aconteceram, como o carinho inesperado da Mad o apoio bem-vindo de boa parte dos amigos do mundo dos blogs, do mundo dos cachorreiros, de gente sensível e maravilhosa que a vida vem me dando a chance e o prêmio de conhecer; a melhora repentina de saúde dos meus pais; a volta de um grande amor que andava me judiando enfim, mistérios que estes nossos anjos quando chegam e partem esbanjam em nos presentear. Mas o colo incomparável nesses meus dias difíceis foi o dela , da mãe da Messy e da Agripina, que não apenas entendeu a minha dor mas dividiu-a comigo incontinente e voluntária. Homenageou a memória do meu pequeno com as palavras mais doces que eu poderia ler e que aqueceram meu coração, então rasgado. Se já lhe tinha grande amizade, aprofundou-se meu sentimento de afeto e admiração.


Acontece que hoje, e já há dois dias é ela que chora. Por mim e tantos outros muitíssimo abraçada, por ser uma mulher excepcional e querida, como não havia de ser diferente. Chora doído, como a angústia tchaikovskiana que a acompanha. É que Messy , sua fiel pinxeja partiu para a Rainbow Bridge, onde o meu Alfie, o Batata da Mad e tantos outros a receberam com carinho redobrado e solene por tratar-se de quem é e filha de quem é... Um silêncio se faz necessário. Mas também um abraço cúmplice que espero que tenha recebido, assim que soube.

Eu com certeza não saberia consolá-la tão bem como ela conseguiu a mim apaziguar, mas além de todo o carinho possível que se pode passar por tele e em-patia ... espero que ela se lembre dos conselhos que me deu e sinta o mesmo apoio do lado de cá.


Os olhos azuis de Messy refletiam tão bem a alma da mãe que é o retrato dela que identifica Teresa como usuária do google. Parafraseando-a eu diria que para Teresa, Messy era perfeita e para Messy, Teresa era perfeita. Completavam-se e refletiam-se. E assim continuará a ser, ainda que em planos diferentes, que até esses um dia, serão um só.


4 comentários:

Mad disse...

Grandes palavras. Lindas.

Teresa disse...

Estou a chorar outra vez, pronto.
Não mereço, é só o teu grande, gigantesco coração.
Mas Messy merece. Agradeço humildemente.

Rafeiro Perfumado disse...

Só quem reconhece estes companheiros de vida como isso mesmo, e não como mascotes ou animais, pode perceber o alcance das tuas palavras.

Um beijo para ti.

CoRa disse...

Meu coração aqui falou por mim, Mad.
E olha Teresa, que ele é bem do tamanho do teu. Ambas merecem, tu e a Messy a minha reverência pela linda história de vida partilhada que têem a contar. O chôro é bom, que lava a alma.
E sei bem, Rafeiro, que percebes tudo isto muito bem...